É aqui que tudo começa para muitos que vêm a Portugal pela primeira vez. O aeroporto de Lisboa está diferente de antigamente. Ainda lembro de haver uma varanda em que podíamos ver os aviões chegar e levantar. Dizíamos adeus, mas depois íamos à varanda acenar à pessoa de longe, víamos o avião levantar e aí sim era a despedida final, quase como “agora já não posso fazer mais nada e resta-me ir embora”.
Depois de anos que em nada de relevante aconteceu na transformação do aeroporto de Lisboa, a varanda desapareceu, o aeroporto está agora maior, há uma nova estação de metro que o liga ao centro da cidade, tem mais lojas e há um segundo terminal. Está mais moderno, basicamente, mas ainda consegue ter um aspeto mais ou menos acolhedor. Por exemplo, ainda se consegue ir até ao portão de embarque sem sentir que corremos uma maratona! Mas aquilo que mais chama a atenção são as pessoas. Há pessoas (e consequentemente confusão) por tudo quanto é canto agora. Essa é a maior diferença a meu ver. Nos dias do “aeroporto de varanda” o espaço era pouco movimentado. Nos anos que se seguiram claro que o número de voos aumentou, mas agora é vão atrás de voo e isso faz toda a diferença.
No dia em que fui esperar um voo de Porto Alegre chovia. E como chovia. Mas os turistas enchiam os corredores mesmo estando em pleno Inverno em Portugal. Cheguei a um altura que os meus olhos cansaram de tanto fitar aquela saída e não conseguir ver a pessoa que esperava. Eram caras de todas as raças, com muita bagagem ou quase nada, muita roupa ou quase nenhuma. Vinham de todos os lados, de climas quentes, climas muito frios, voos intercontinentais ou mais perto de Lisboa. Gente e mais gente. De repente senti-me em Londres ou Paris, mas a uma escala mais confinada. Ainda bem que é só no espacinho das chegadas e basta que nos afastemos um pouco para encontrarmos menos tumulto. Uma coisa é certa: é por aqui que tudo começa para muitos e percebo agora porque Lisboa está cheia de turistas mesmo em Março. Toda a gente quer vir conhecer Portugal.