Um pouco sobre a capital, Lisboa

Quando falamos de Portugal, logo lembramos de bacalhau, de azeite e de castelos, muitos castelos. Mas também lembramos de sua bela capital, Lisboa, cheia de atrações que não se podem perder.

Lisboa é uma grande cidade, conta atualmente com pouco mais de 500 mil habitantes numa área de pouco mais de 100 km. É a famosa cidade das sete colinas, já que nasceu sobre esse terreno e muitas ruelas marcam o território do centro histórico da capital.

As famosos colinas de Lisboa

A cidade de Lisboa é demarcada pelo estuário do Tejo em uma de suas fronteiras. O rio nasce na Espanha e é o mais extenso da Península Ibérica, com pouco mais de mil km de extensão e atravessa boa parte do território português e é onde boa parte das atividades turísticas acontecem. A beira do Tejo fica a conhecida Praça do Comércio ou Terreiro do Paço, nada menos do que a maior praça aberta da Europa, com mais de 36 mil metros quadrados de área. Ao redor desta imponente praça, há edifícios tipicamente portugueses, com restaurantes, lojas, museus e cervejarias. O lado voltado para o Tejo tem um belo miradouro e no lado oposto, o imponente Arco da Rua Augusta. Certamente é uma das zonas mais conhecidas e visitadas da cidade.

Continuando na zona chamada de Baixa, circulando pela imponente Rua Augusta, que liga o Terreiro do Paço ao Rossio, logo encontramos, no fim da praça D. Pedro IV (que todos chamam de Rossio) e quase na frente do tradicional teatro Dona Maria uma portinha. Nela, logo avistamos uma fila. E o que se encontra lá? A tradicional ginjinha, que nada mais é do que uma deliciosa bebida meio cachaça meio licor feita à base de ginja, uma espécie de cereja selvagem.

Ao fundo garrafas. No primeiro plano, a deliciosa bebida

Na rua lateral ao Teatro Dona Maria e depois de ter experimentado a bebida típica do Alentejo, nos deparamos, a cento e poucos metros depois da loja da Ginjinha, com a Casa do Alentejo, uma edificação aparentemente normal, mas que quando cruzamos a porta principal e subimos as escadarias um universo de estilo mouro se abre. Neste local, de entrada gratuita, podemos almoçar ou lanchar nos seus belos salões do século 18, onde a nobreza costumava frequentar e onde são gravados filmes, novelas e comerciais de televisão, dada a sua beleza e imponência.

A entrada da Casa do Alentejo
Os belos vitrais da Casa do Alentejo

Ainda na Baixa, temos um patrimônio tombado pela Unesco: o Elevador de Santa Justa, uma construção em estilo neogótico que tem a principal função de levar as pessoas da parte baixa, na Rua do Ouro para o largo do Carmo, na parte alta, encravado em uma das sete colinas centrais de Lisboa. A torre foi criada pelo francês Raoul du Ponsard e começou a ser construída na viragem do século XIX para o XX e fez sua primeira viagem em 1902, elevando os usuários a altura de 45 m entre a Rua do Ouro e o Largo do Carmo.

Mas quando falamos do centro histórico de Lisboa, não podemos deixar de falar de dois dos mais marcantes símbolos desta zona, da sua história e de suas batalhas: o Castelo de São Jorge e a Catedral da Sé, ambos erguidos naquele que é considerado um dos 25 bairros mais charmosos do mundo – Alfama. O Castelo foi construído na mais alta das sete colinas lisboetas com a função estratégica de defesa da cidade. Foi erguido no século XI e tem estilo mouro, já que na época eram os mouros que comandavam o país. É um dos monumentos mais visitados de Portugal e está repleto de atrações, como a câmera obscura, um sistema ótico de lentes e espelhos que permite que vejamos, num sistema antigo e secular, mas funcional, a cidade num ângulo de 360º.

Já a Catedral da Sé avistamos logo que subimos a colina – seja a pé, de bondinho ou de carro -, numa imponente construção do século XII. Toda feita em pedra, a grande construção resistiu ao forte terremoto que destruiu boa parte de Lisboa em 1755. Não se consegue definir um estilo para a Sé de Lisboa, pois depois do terremoto, ela teve de sofrer obras e algumas partes da edificação foram reconstruídas, em outros estilos arquitetônicos. Pode-se afirmar, que na sua origem, a Catedral tenha sido construída em estilo romântico. A grandiosidade se faz notar desde a fachada e quando se cruzam as enormes portas, imediatamente somos transportados para a Idade Média. A Sé de Lisboa esconde alguns tesouros, que podem ser apreciados pelos visitantes pela escadaria à direita, sendo essas relíquias expostas no topo dessa escadaria numa espécie se salão.

Saindo do Centro Histórico da capital portuguesa, o destino agora é a badalada zona de Belém, no fim da cidade, onde o Rio Tejo se encontra com o Oceano. Lá temos alguns lugares que o visitante não pode perder. Vamos começar pelo mais famoso deles, a conhecida Torre de Belém, uma construção robusta de cinco andares que foi erguida com objetivo de defesa. Ela também resistiu ao terremoto de 1755 e, depois dele, se aproximou mais da cidade. Originalmente cercada por água e pela outrora praia de Belém, ao longo dos séculos ela foi incorporada e se encontra quase em terra firme. Construída em 1514, a Torre de Belém tem uma capela, Sala de Reis, masmorras e outros aposentos, todos no estilo de construção Manuelino, repleto de detalhes que remetem à Coroa Portuguesa no entalhe de suas paredes.

Belém também acolhe outro dos monumentos nacionais mais visitados e conhecidos do país: o Mosteiro dos Jerônimos, uma construção datada de 1502, também no estilo Manuelino. Inclusive o Mosteiro foi desenhado pelo mesmo criador da Torre de Belém, Diogo de Boitaca e conseguimos ver a semelhança nas duas obras. O Mosteiro dos Jerônimos deixou de ter uma função religiosa em 1840, quando passou a ser ocupado pela Casa Pia de Lisboa, uma entidade ligada à igreja que acolhia pessoas com necessidades, que deixou o local em 1940 quando a igreja retomou o prédio para que funcionasse na sua função original: de igreja.

Quase ao lado do Mosteiro está outra das marcas registradas de Lisboa: os Pastéis de Belém. A doceria, instalada no mesmo lugar desde 1837, produz uma iguaria muito conhecida, com uma receita super secreta e que todo mundo adora. Originalmente o pastel, feito com uma combinação de creme de nata e massa folhada crocante, começou a ser produzido no Mosteiro em 1834 e somente depois de três anos é que a doceria foi para o prédio onde está até os dias de hoje. Provar um Pastel de Belém é voltar ao passado, na origem dos doces portugueses. Sua receita se mantém a mesma há séculos!

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