Conhecendo Lisboa: das Amoreiras à Alameda

Vista de Lisboa

Esta semana já nos começamos a afastar do Rio Tejo, ou seja, ficamos mais distantes do centro de Lisboa, que os lisboetas normalmente chamam de Baixa. Ficamos mais longe da Baixa é certo, mas nas próximas três freguesias que vou falar ainda há bons motivos para passear e descontrair.

O mercado renovado

Começo pela freguesia de Campo de Ourique que se tornou nos últimos anos uma alternativa à Baixa porque conseguiu atrair uma série de lojas novas. Esta freguesia está dividida em duas partes: uma que cola com a Avenida de Ceuta, mais íngreme e a outra onde está o mercado e aquela de que vou falar.  O bairro de Campo de Ourique sempre foi uma zona mais distinta de Lisboa, embora não tenha monumentos ou edifícios de destaque, prima pela sua pacatez. Nos últimos anos tem atraído restaurantes e cafés mais trendy, tendo sido a renovação do mercado municipal a rampa de lançamento para esta transformação. Numa tentativa de revitalizar os mercados municipais de Lisboa, a Câmara decidiu diminuir a área de venda de produtos hortícolas, peixe e carne e colocar uma área de restaurantes mais modernos num plano aberto. O mais conhecido é o Mercado da Ribeira, mas o Mercado de Campo de Ourique conseguiu se afirmar por ser um espaço menor e mais tranquilo.

Mercado de Campo de Ourique

E foi esta transformação que deu uma lufada de ar fresco a esta freguesia. A zona não tem muitas áreas verdes, mas bem no centro do bairro está o Jardim Teófilo Braga, que é uma praça com árvores e onde se concentra muita gente, a maior parte reformados (aposentados) a jogar às cartas e às damas. Em redor há muitos cafés para sentar e recuperar energias. Saio daqui rapidamente porque ainda vos quero falar do primeiro shopping de Lisboa a valer – o Amoreiras Shopping Center. Antes, havia pequenos centros comerciais que me lembro bem, as lojas eram minúsculas e o espaço um emaranhado de lojas difíceis de achar. Este foi o primeiro centro comercial a sério, com lojas grandes, insígnias internacionais e que rapidamente se tornou num shopping da moda. Ainda hoje ele atrai uma clientela mais distinta, mas aquilo que vos quero falar mesmo é de algo bem mais recente que é uma experiência que vale mesmo a pena – o Amoreiras 360º Panoramic View.

Amoreiras 360º Panoramic View

É mais um miradouro de Lisboa, só que este é no topo de uma das torres e realmente a vista que oferece não só é de 360 graus, como é absolutamente fantástica. É pago, custa 5€ por adulto mas eu acho que se deve fazer. Os bilhetes estão à venda na recepção do shopping, o acesso é através do primeiro andar e depois por elevador até ao topo do edifício. Se estiver a chover ou muito vento evite porque lá em cima não há forma de se abrigar.

A Avenida e o Marquês

Vamos prosseguir a nossa viagem e vamos entrar agora na freguesia de Santo António. Ora, esta freguesia é relativamente nova porque resulta da junção de outras três e embora não seja bem no centro é uma zona de destaque. Isto porque é aqui que se encontra a mais famosa avenida de Portugal: a Avenida da Liberdade. Ela é larga, com muitas árvores de grande porte e muitas lojas luxuosas. Destaco o Cinema São Jorge e o Teatro Tivoli, em baixo a Praça dos Restauradores e no topo a Rotunda do Marquês de Pombal.

Marquês de Pombal à noite, foto: Nelson Varela, Flickr

É um lugar bom para passear e tomar um café, mas eu prefiro mesmo assim Belém ou a Expo. A Avenida da Liberdade é mais central e tem mais lojas de luxo, mas a calma do rio e o cenário de luz e tranquilidade da paisagem dos outros dois lugares batem qualquer luxo! Mas se você procura griffes internacionais aqui é o lugar certo sem dúvida. Quero ainda destacar o Ascensor da Glória que nos leva da Baixa para o Bairro Alto, um elétrico (bondinho) típico que vai rua cima, rua abaixo o dia todo! Interessante, mas com filas por isso programe-se com tempo.

Ascensor da Glória

O último destaque da freguesia vai para o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa que reabriu portas no mês passado depois de uma reabilitação do espaço.

A Avenida Almirante Reis

A avenida que sai da Baixa, mais propriamente do Martim Moniz até à Alameda passando um pouco pela zona do Saldanha corresponde a grosso modo à freguesia de Arroios. Os bairros do Intendente, Anjos e Arroios nunca estiveram na mesma linha de Campo de Ourique ou Alvalade, mas agora dada a proximidade do centro ganharam um vida nova. É uma zona bem movimentada (o metro ajuda esse vai e vem de pessoas) sendo a Avenida Almirante Reis a espinha dorsal da freguesia.

Prédio no Intendente, foto: CML

O Intendente já foi em tempos passados uma zona de prostituição e os Anjos e Arroios zonas habitacionais mais simples. Agora, o Intendente, que é o bairro mais perto do centro, tem uma praça remodelada e a zona circundante lojas mais recentes e hostels. A Cervejaria Ramiro, uma das mais conhecidas da capital juntamente com a Portugália (mais acima na zona de Arroios) e a Trindade, no Chiado, ainda lá está. Depois, rua acima há restaurantes, cafés e até hotéis resultado do fluxo de turistas. Mas esta foi sempre uma zona à parte, digamos assim, mais alternativa, mais cosmopolita e com gente de muitas partes do mundo. Já a zona da Estefânia e Saldanha, especialmente a última, é totalmente diferente e tem muitos escritórios e executivos. Nos últimos anos muitas empresas mudaram-se para a Expo, mas aqui ainda existe muito “burburinho” empresarial.

No próximo artigo vou falar de mais três freguesias que já estão longe do centro, mas que ainda têm alguns pontos de destaque. Vamos falar de Campolide, Avenidas Novas e Areeiro.

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