Quando se chega a Lisboa de avião, logo avistamos uma enorme mancha verde no meio da cidade e pensamos: quanto verde! Lisboa é uma cidade que tem muito verde, muitos jardins, parques e muitas árvores e plantas para além da tal mancha verde – o Parque Florestal de Monsanto – que tem uma área de pouco mais de 1000 hectares. Conhecido como o “pulmão verde” da cidade de Lisboa, a serra de Monsanto abriga o maior parque florestal da Europa e ocupa uma oitava parte da capital portuguesa, tendo o mérito de ser reconhecido pela sua biodiversidade.
Este grande espaço verde se transformou em Parque Florestal no ano de 1934 através de um decreto lei que o protege até os dias de hoje. Mas antes de ser um lugar protegido e com tanto verde, a serra de Monsanto era um vasto espaço de pastoreio de gado e ainda estava repleto de pedreiras que atendiam a demanda de crescimento da capital portuguesa. Os planos para arborizar a área são de 1868, mas foi colocado em prática efetivamente no ano de 1929. Atualmente, o local é um espaço que proporciona amplas vistas panorâmicas sobre o Tejo e a cidade, não esquecendo a diversidade vegetal e animal que nele existem.
Na zona, que abrange sete bairros da capital, não há construções, apenas edíficios públicos e de utilidade, além de uma ou outra casa aqui ou acolá que já lá estavam. Tirando isso, o que domina o cenário é o verde, a natureza e as milhares de pessoas que aproveitam o espaço para se exercitar, fazer piqueniques e estar em contato com a natureza. Além da natureza exuberante, há estradas que ligam zonas da cidade e por onde passam alguns ônibus e carros. Só. Não é incrível? Correr, andar de bicicleta e caminhar. Não há lugar melhor para isso do que em Monsanto.
Há estrutura para as pessoas utilizarem o parque florestal, pois a zona proporciona, a todos que a queiram utilizar, várias condições para a prática de diversas atividades nos vários locais para refeição no meio da mata, com mesas de pedra e bancos, nos espaços recreativos e de campismo como é o caso do Parque da Serafina, do Parque do Alvito, do Parque Moinhos de Santana, entre outros. Nestes mesmos locais, a natureza poderá ser aproveitada sem ser degradada através de playgrounds e de algumas rotas. Tudo devidamente sinalizado.
Já é de senso comum que devemos preservar os espaços verdes, pois eles são fundamentais nos meios urbanos para uma espécie de ‘limpeza’ do ar, além de protegerem diversas espécies animais e refrescarem as cidades. Esta área do Monsanto de 1000 hectares que envolve a “Grande Lisboa”, tem um papel fundamental na cidade, devendo ser preservada e respeitada.
Para facilitar o acesso das pessoas, já que o parque é realmente muito grande, foi criada a Rota da Biodiversidade, com 14 km de rota para pedestres que liga o Parque ao Rio Tejo. Assim, se pode ficar conhecendo a biodiversidade do local. Além desta rota pedestre que permite conhecer a biodiversidade existente, foi criada também a Rota da Água com cerca de 7,5 km. Com um baixo grau de dificuldade, este passeio pedestre tem a duração de três horas e é ideal para caminhadas e passeios de BTT.
É de se tirar o chapéu para quem teve a ideia, lá atrás em 1868, de criar esse enorme parque Florestal protegido e intocável – o maior parque florestal urbano da Europa. E olha que nesses tempos de bolha imobiliária, onde tudo é caro, se este belo pulmão verde não fosse protegido, talvez nem existisse mais. Fica a ideia para que outras cidades e países façam o mesmo, não é?