Quando ainda nem se sabia que as ruas seriam tomadas por carros (eles não tinham sido inventados), quando sequer se imaginava o que seriam os semáforos e quando ainda não havia regras de circulação, Lisboa já pensava em organizar o seu intenso trânsito de … carruagens e cavalos. Estamos falando de mais de três séculos atrás.
A capital portuguesa ainda tem afixado o sinal de trânsito mais antigo da cidade, com mais de 330 anos, que ainda hoje pode ser encontrado na Rua do Salvador, em Alfama, um dos bairros mais cool da Europa, com ruelas e casas muito antigas, que certamente você deve visitar quando vier à Portugal.
O sinal de trânsito em questão é uma placa do final do século XVII, instalada nesta rua por ordem do Rei D. Pedro II, que diz o seguinte: “Ano de 1686. Sua Majestade ordena que os coches, seges e liteiras que vierem da Portaria do Salvador recuem para a mesma parte”.
Traduzindo para uma linguagem atual, seria mais ou menos de que o sinal indicava que quem descia tinha de ceder passagem às carroças (e afins) que subiam. E assim, evitavam-se as rixas e duelos, frequentes na altura, que chegaram mesmo a causar feridos e mortos.
Tudo isto, porque naquela estreita rua havia um prédio “desalinhado” que estrangulava ainda mais a passagem. Agora, o espaço continua reduzido, mas não há relatos de discórdias. E, se aparecerem, lá estará o sinal para chamar os condutores à ordem.